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A diferença entre o amor saudável e o patológico.

Atualizado: 9 de out. de 2024

Qual seria a diferença de uma forma saudável de amar e de uma forma patológica de amor? A resposta é aparentemente mais simples do que se espera. Em um amor doentio, patológico, duas pessoas se tornam uma. Há uma tentativa de ambos se “mesclarem”, de se fundirem. Há a abolição de limites entre os parceiros, que se tornam uma “unidade singular”, simbiótica.


Isso é absolutamente doentio e é comumente verificado em “cultos”, por exemplo. A perda da individualidade ou da identidade de uma pessoa, possibilitando que outra pessoa tome ou domine a outra, se tornando VOCÊ, basicamente é uma forma de suicídio.


O amor saudável é quando ambos os parceiros mantêm seus limites, são entidades separadas, possuem suas vidas e suas identidades, seus próprios amigos, suas próprias atividades, preferências, sonhos, projetos, momentos, e dessa forma mantêm a maior parte de sua existência dentro de suas vidas individuais.


Então existem duas vidas, mas alguma coisa é dividida. E é isso que importa. É como se existissem dois círculos e dentro desses dois círculos uma área fosse dividida. E justamente essa área é o que podemos chamar de AMOR SAUDÁVEL. Apenas uma parte desse amor é dividido com seu parceiro e não todo ele. E essa parte que é menor, é trazida então para dentro da maior parte que não é dividida.


Esse é o real presente do amor saudável. Quando você divide suas experiências, suas descobertas, seus amigos, novas pessoas, novos sonhos, novos desejos, novos problemas. Você então presenteia o parceiro com o NOVO. Você contribui dividindo a sua vida JUSTAMENTE porque você tem a sua própria vida.


O amor patológico e doentio funciona de forma exatamente oposta. Porque a sua vida é exatamente a vida de seu parceiro. Isso é o empobrecimento e não o enriquecimento de uma vida de troca e descobertas, porque você não tem nada para trazer para essa existência em comum. Você não tem nada a oferecer fora da vida alheia.


Ao se “tornar” um, na realidade o casal se tornou “ZERO”. Não há trocas verossímeis. Houve uma anulação mútua e não crescimento. Então, todo amor que é possessivo, todo amor que requer uma disponibilidade eterna, de 24hs por dia, todo amor que não te permite ter suas atividades, ter sua individualidade, sua família, seus amigos, é doentio.


Todo amor que não permite existir fora do próprio amor, é doente. É patológico. E, acima de tudo…não é amor. Afinal, o há para se amar se o seu parceiro é VOCÊ MESMO? Quem você está realmente amando, senhores, a não ser a si mesmo? Isso não é amor. É narcisismo. Entenderam agora? Acabou o mistério?


Infelizmente a mídia de massa, o show business, promove exatamente esse tipo de amor doentio. “Almas gêmeas”, “a descoberta de sua outra metade”. Outra metade?!?! Wtf?! O quão doentio é isso?! Metade de uma pessoa?! Então a mídia encoraja esse tipo pervertido de amor, e jamais as versões saudáveis, porque todos nós no mundo moderno nos tornamos extremamente inseguros, criamos exércitos de de pessoas patologicamente invejosas românticas.


Estamos tão assustados com a ideia de sermos abandonados que passamos a acreditar que a única solução possível é controlar nosso parceiro, o limitarmos, o aprisionarmos de forma que ele jamais nos deixe. Que ele nunca possa “fugir”, que ele nunca mais possa encontrar alguém.


A maior habilidade e presente que um amor saudável pode oferecer é dar a nosso parceiro a liberdade de que ele possa viver livre de nós. Mas de quanta liberdade estamos falando? Ilimitada. Não há outro tipo.


Vejam, não estou me referindo a LIMITES. Limites são acordos que estamos dispostos a fazer e conceder, mas alheio aos limites estabelecidos voluntariamente e discutidos, a liberdade deve ser ilimitada. Você não tem direito de limitar as liberdades de seu parceiro porque ele não é seu escravo. As decisões de seu parceiro pertencem a ele. Você não as possui, não as compra.


Se seu parceiro age com ética, com caráter, respeito, dentro da lei, e decide estar com uma pessoa diferente, você precisa respeitar isso. E isso também é amor. Se você ama seu parceiro e ele está feliz com outra pessoa, você ficará feliz por ele. Sim dói, machuca, mas isso não é um teste de amor? Talvez o único teste de amor real porque impõe deixar algo para trás.


E eis o segredo…não há outro caminho. Não há outra solução. Não para ser genuinamente feliz. Para viver o real afeto. O único tipo de amor que vale a pena. O saudável. O que te faz crescer e ser um ser humano melhor.



 
 
 

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