
A personificação do mal
- HP Charles

- 18 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de dez. de 2023
Você acredita no mal como algo que pode ser objetificado ou personalizado? Como algo que possa ser concreto sem ser transcendente? Que possa ser objetivo e palpável através de uma pessoa, por exemplo?
Como ateu, acredito que o mal possa ser o mais mundano ou talvez humano possível. Acredito que em muitos casos, como nos psicopatas, ele possa até ficar adormecido por anos, mas sua natureza, em algum momento, o vai revelar.
Seja por um ato ou vários dirigidos a alguém específico ou à humanidade em geral. Ele mostrará os chifres na ausência de arrependimento ou na falta de empatia. Muda pouco. Ele se infiltrará disfarçado em várias formas, sob inúmeros aspectos, com múltiplas personalidades e motivações.
Essa é uma discussão filosófica que permeia a nossa imaginação, mas também nosso cotidiano, e basta olhar o noticiário para ver que isso não é papo furado.
Ao longo de nossas vidas, em determinadas ocasiões, teremos revezes causados por alguém, próximo ou distante. Alguns enxergam tais momentos como destruidores, outros verão como possibilidade de mudança.
Cumpre dizer que a origem etmológica da palavra crise possui a mesma raiz da palavra "oportunidade". O fato é que se você consegue suportar a adversidade e depois ultrapassá-la, você não será o mesmo.
Em um encontro com o mal o mal te muda de alguma forma. Te destrói ou te deixa mais forte, mais esperto, mais preparado. Dependendo da força, personalidade e elã de cada um, a resposta será diferente.
O mal vive lá fora e a vida precisa ser vivida. Metade do trabalho é reconhecê-lo a outra metade é sobrepujá-lo como um desafio, como uma nuvem escura que antecede o sol mais brilhante.
Se é possível evitá-lo ao longo de toda uma vida? Acredito que não. Ele adere à humanidade por sua essência, assim como o bem. Ao abrirmos nossos celulares, possibilitamos o contato com milhões de almas e dentre elas algumas serão inferiores, mesquinhas, cruéis.
Mas justo nesse momento, gente de bem, de coração puro e bondoso, também surgirá para equilibrar o fiel da balança e te resgatar para o barco salvador, te fazendo seguir em frente.
Então, mais uma vez, como ateu, posso afirmar: o mal é sólido, objetivo, personificado, disfarçado e muitas vezes peremptório. Ele te enganará, testará sua força e sua resistência, antes de desaparecer.
Mas um dia ele desaparece e você se torna uma nova pessoa. Mais preparada, mais realista, mais sincera consigo mesma. O tempo sempre cuidará dos impasses e infortúnios, vez que é o senhor de tudo.
Se você acredita em Deus, certamente contará com Ele nos encontros com o mal ao longo de sua vida. Se não acredita, contará apenas com família e amigos. Então vista sua armadura, lute o bom combate e não se deixe cair em tentação.
Amém.





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