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Atração e o sexo nas relações modernas.

Atualizado: 6 de mar. de 2024

Você já teve muito tesão em alguém? Claro que sim, vocês não me enganam. Aquele calor no corpo, aquela vontade de ficar beijando o dia inteiro, aquela vontade de, perdoem meu francês...de meter até a menina ficar manca? Pois é, no começo de algumas relações, não todas, isso pode ocorrer. E é maravilhoso, não se enganem. Mas por outro lado pode ser, digamos, enganoso.


Pode ser enganoso porque toda relação precisa evoluir para não se findar e porque sabemos que toda lua de mel acaba um dia. Lembram daquele velho ditado que diz que para cada mulher maravilhosa no mundo há um cara cansado de comê-la? Pois é. Evidente que isso serve para os dois lados e indica que os prazeres do sexo não são definitivos ou suficientes. É preciso haver bem mais.


Fato é que a mensagem aqui é que por mais que haja atração física, ela nunca será, ou deveria ser, o fiel da balança para manter uma relação. Pelo menos uma relação adulta. É preciso que haja algo a mais, e esse algo a mais passa necessariamente pela parte mental e comportamental. Valores, gostos, desejos e projetos comuns, compreensão, admiração.


Pessoas erradamente atribuem traições à queda da atração ou do sexo no relacionamento, mas isso é uma desculpa esfarrapada. Traições tem 100% a ver com falta de caráter e nada mais. Mas quando a relação se esgota sem que ocorra infidelidade, então sim, a parte sexual pode influenciar muito dependendo da pessoa. O sexo passa a ser fundamental quando há algo de errado com ele. Quando está bom ele jamais é um assunto.


Existe gente que se importa mais com sexo do que outras, saibam disso. Já conheci uma menina que era casada e que me confessou que nunca havia tido um orgasmo. Então gente, é preciso GOSTAR DE SEXO. Sem isso não adianta. Por vezes, pessoas gostam de você mas não propriamente de transar. Gostam de shopping, de futebol, mas não especificamente de sexo. E aí as transas se tornam mecânicas, meramente fisiológicas, "obrigatórias", no sentido de serem apenas parte do acordo tácito inerente a um namoro ou casamento.


Notem sobretudo que é possível haver sexo sem intimidade ou conexão. É o caso do sexo com profissionais (nunca entendi o apelo). Ele pode inclusive ser manipulativo, o que ocorre nos casos, por exemplo, do sexo com narcisistas, onde a qualidade é confundida com teatralidade e frequência, e só mais à frente se perceberá a ausência de conexão. Para alguns, a transa em si representa tudo, mas em uma relação significativa o sexo é resultado de carinho e abrigo anterior. Não é preciso ir muito longe, os aplicativos de "namoro" tem demonstrado que encontrar sexo é muito diferente de encontrar amor ou felicidade. Sexo é bem mais fácil, e o muro parece estar cada vez mais baixo.


Para algumas pessoas, eu incluso, há a necessidade de intimidade. O banho junto, por exemplo, é tão importante para mim quanto a cama. Porque é nele que se consigna a conexão verdadeira, se houver. O beijo, termômetro de relações, me parece tão ou mais importante do que um "boquete", ou não? Claro, se tudo o que a pessoa tem a oferecer é seu corpo, tudo o que o outro desejará será apenas seu corpo. Como consignar uma relação completa sem a alma, sem um cotidiano de afeto e de carinhos?


Os índices de felicidade estão estatiscamente muito baixos, os de relações profundas, também. Há muito sexo, mas pouco amor, pouca intimidade. Há "one night stands" em abundância, mas pouco interesse no "dia seguinte". Sinal dos tempos? Sim, as pessoas, em geral, ou estão confusas, ou perdidas, ou desconfiadas em relação ao estabelecimento de novas relações onde haja o interesse de se construir algo. E isso conduz, é claro, à solidão, já que nem todos buscam ou se satisfazem com uma vida a só, esse é um dado preocupante.


As leis atuais, totalmente parciais, por exemplo, tem conduzido os homens a rejeitarem relações que os leve a colocar em risco seus bens e suas conquistas. Por que se arriscariam a casar e perder sumariamente quase tudo o que possuem com uma mera denúncia qualquer em uma delegacia da Mulher. Boa parte delas, falsas. Sim, eles vão aprendendo a se proteger, é questão de ação e reação, é questão de mercado. Mulheres conquistaram sua independência, "se emponderaram", e também aderiram às facilidades e liberdades sexuais oferecidas pela internet, se viciando cada vez mais em "atenção" e likes. Evidente que sem intimidade e propósito, só resta o sexo, e mesmo sendo de qualidade, ele nunca será suficiente em médio prazo.


Dito isso, o sexo, possuindo o condão da CONEXÃO, é uma força da natureza. Ele melhora a vida, a pele, a disposição. Mas ele deve ser o resultado e não o meio. Se for o contrário, o que há é reação química e não afeto. O sexo vazio é como uma punheta mal tocada, insignificante, onde o gozo é o vazio em forma de sêmen. Há o prazer, mas ele é logo substituído pelo nada.


Será que em 2024 a sociedade irá atentar para o fato de que as conexões sexuais afetivas precisarão ser revistas de alguma forma? Será que a busca por algo mais perene e significativo vai substituir a imensidão de contatinhos e "DMs" que ululam nas redes sociais?


Será que a busca pela "intensidade" vai ser desmascarada como compulsão e como o desespero que realmente são? Que aqueles dois ou três meses iniciais não podem ser vividos eternamente? E que a busca não pode ser apenas por aquelas sensações em um ciclo infantil de começo e abandono, começo e abandono? Por que o amor sereno e real do cotidiano foi aos poucos sendo substituído pelo vício em ATENÇÃO e não pelo sacrifício da superação? E ora...por que com o sexo seria diferente, não é mesmo?


E então não procuramos a melhor pessoa. Procuramos o melhor "momento", o segundo mais intenso, mais viciante. No final não amamos, estamos drogados e após o término, o que há é abstinência e não luto.


Freud dizia que tudo na vida é a respeito do sexo, menos o próprio sexo, que tem relação com "poder". Nas relações modernas, qual é o real poder do sexo? Qual a sua relevância superado o impacto inicial e químico? Ele está construindo mais do que destruindo? Ele está sendo mais valorizado ou desvalorizado? Ele é real ou manipulativo? Ele é mundano ou transcendente?


Sou do tempo do namoro no carro, da espera pela intimidade, sou o resultado de uma época onde, como homem, era preciso conquistar a entrega, e o sexo e o prazer eram um presente decorrente do afeto. Sim, tive minha parcela de sexo fácil gerada pela mera atração física. Me iludi com transas óbvias e prematuras, com noites insignificantes em lençóis molhados e quase anônimos. E nunca fui feliz com tais miragens. TODAS as vezes em que fui para casa completo, sorridente e em paz, foi quando o sexo teve alma e sim...uma parcela de pureza.


Sou uma alma velha, e quero aplicar o cavalheirismo. Proteger e ser gentil, me são tão importantes quanto o melhor orgasmo. Eu GOSTO de me preocupar. Gosto de levar em casa, gosto conversar após a transa. Em 2024, por tudo que leio e vejo, sou um cara ultrapassado. Em nada me identifico com os robôs bombados e "viagrados" do mundo moderno. A maior atração que posso sentir sempre será "espiritual", no sentido mais amplo da palavra.


Sim, é ótimo estar com alguém a quem achamos atraente e dar uma foda gostosa. Mas você já experimentou dar as mãos em um domingo à tarde? Já experimentou cobrir sua parceira quando ela está descoberta? Já teve a oportunidade de olhar para alguém e isso ser o suficiente? Em 2024 eu sinceramente espero que as pessoas experimentem um pouco de 74, de 84, de 94. Quem sabe um beijo na chuva?



 
 
 

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