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Eu sei como você se sente. Você não está sozinho. Me dê a mão…

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Você é uma boa pessoa, mas jamais se sente apreciado. Não tem certeza se está deprimido. Não está triste. Mas também não está feliz. Você consegue rir de piadas ao longo do dia. Mas quando está sozinho, à noite, seus pensamentos são terríveis.


Você se encontra totalmente desperto em horas improváveis no escuro de seu quarto, mesmo quando sabe que precisa acordar cedo. O sono costumava ser sua fuga, mas agora nem isso é possível. As pessoas em seu cotidiano não percebem a diferença entre seus dias bons ou ruins. Ninguém se aproxima de você primeiro. Ninguém parece fazer um esforço para se manter em sua vida. Ninguém parece ter te amado verdadeiramente. Você não acredita que terem te perdido os afetou ou significou algo. E acredita que isso nunca irá acontecer.


Você lida com um tipo diferente de dor. Uma dor cujo alivio e remédio está no falar, no dividir, mas você não quer incomodar ninguém. Então você se senta e se afoga com seus pensamentos.


Você precisa de ajuda. No fundo sabe disso. Mas o problema é que antes você precisa aprender a pedir ajuda, e como ninguém jamais te ajudou, isso é extremamente difícil. Porque você não quer se autoaniquilar, você quer viver. Apenas quer que a dor passe. Anseia por sorrir novamente sem a máscara que coloca todos os dias para ter de lidar com os outros e com o mundo.


Você quer ser amado de verdade. Quer ser ouvido de verdade. Abraçado de verdade. Você deseja que se importem, mas ninguém se importa. E ai você funciona no automático, como um robô, como um zumbi. A única pergunta que realmente te importa é se vale a pena. Ela se repete infinitamente em sua mente, que procura uma resposta diferente para a mesma questão. A sua solidão não é apenas física, é existencial.


Às vezes você recorre ao passado, busca uma época onde foi feliz, onde tudo fazia sentido. Onde havia cores ao invés de apenas existir o cinza. Lembra de momentos em sua infância onde o pesadelo que vive não existia. Se pergunta onde estaria aquele menino. Você percorre sua memória procurando o exato fato onde tudo mudou, onde tudo se quebrou.


E então levanta. Come sem fome. Toma banho sem vontade de se lavar. Trabalha porque precisa. Não há prazer. Há anedonia. Há algo que parece vida mas é tudo menos viver.


Se você está ou esteve nesse lugar, eu te entendo. Sim, eu te entendo. Eu te vejo. Te escuto. Há saída. Mas a saída faz parte de um processo. O processo é duro e longo. Ele te obriga a vencer um dia de cada vez. Não há atalhos.


E então algo inesperado, surpreendente e improvável acontece.


Uma luz com um brilho distinto, quase alienígena, bate em sua janela. Uma fome estranha toma seu corpo. Pessoas passam repentinamente a serem atraentes e a te notar, se importar, e desejam estar com você. E a dor vai diminuindo. Você volta a acreditar.


E aí enfim estende a mão...


E sorri.


E tudo muda.


 
 
 

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