
Reminiscência da arrasadura
- HP Charles

- 24 de fev. de 2024
- 1 min de leitura
Eu tive medo de te perder
até perceber que você não pertencia a mim,
e que, nunca, nunca, fora minha.
Porque mesmo quando meu coração era teu,
o seu estava com tudo o mais.
E de repente aquele medo te perder acabou se transformando em ironia.
Vez que teus passos opostos me fizeram me encontrar em minhas memórias de luto e dor.
Me ressignificar em tuas lembranças do homem finito que se vai sem se despedir, como o tal "argonauta das sensações verdadeiras".
Sem direito ao sexo tímido, plural e final.
Sem palavras mudas de ausência que soariam ignaras, insípidas e inúteis.
Então reclinei a cadeira, bebi um gole de whisky,
e assisti a você me perder.
No inverso do inverso partindo suspensa e indecifrável, tão breve como chegou. Incógnita, descalça, vestida de branco.
E tudo virou excesso. Como o primeiro orgasmo e o último abrigo. Assim como tinha que ser.
Hpcharles





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